Destinação de recursos do MPT fomenta projeto de aprendizagem na área tecnológica

Florianópolis - O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC), disponibilizou R$ 204.400,00 (duzentos e quatro mil e quatrocentos reais) para o Projeto #DemocratizaTec que tem por objetivo fomentar novas oportunidades de trabalho e carreira no setor de tecnologia para jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social na capital do estado.

O Projeto foi desenvolvido pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM, uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e de interesse público, criado em 2005 para promover o desenvolvimento comunitário por meio de três eixos estratégicos: fortalecimento da sociedade civil organizada, produção e disseminação de conhecimento sobre a realidade local e estímulo ao investimento social privado.  

O #DemocratizaTec está sendo desenvolvido ao longo de 2019. Os primeiros passos foram dados: a realização de uma pesquisa sobre jovens e adolescentes no mundo do trabalho em Florianópolis e no dia 19/07 uma reunião do  ICOM com representantes de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que oferecem Programas de Aprendizagem (instituições qualificadoras) na capital do estado. No encontro os presentes conheceram a proposta, deram opiniões e ficaram de colaborar com ideias para fomentar a realização dos cursos e, em consequência, a inserção dos jovens aprendizes no setor de tecnologia. A reunião foi acompanhada pela servidora do MPT-SC, Ana Paula Motta Cardoso.  Ela trabalha no gabinete do procurador do Trabalho Luciano Arlindo Carlesso que fez a destinação das verbas para o Projeto.

Reunião do ICOM com instituições qualificadoras de aprendizes
Reunião do ICOM com instituições qualificadoras de aprendizes

Ana (à direita da foto) representa MPT-SC na reunião do ICOM
Ana (à direita da foto) representa MPT-SC na reunião do ICOM

A próxima etapa será a realização de eventos de sensibilização junto as empresas tecnológicas para que sejam motivas a abrir portas aos adolescentes vulneráveis que aguardam a oportunidade de uma ressocialização plena começando pelo primeiro emprego como aprendizes.

Como tudo começou

De acordo com Aghata Gonsalves e Gustavo Stresser, coordenadores da iniciativa, a ideia surgiu de reflexões conjuntas com vários parceiros ao identificaram que, apesar de Florianópolis ser a capital com o maior IDH-M do Brasil, ainda persiste uma alta concentração de renda. Além disso, o relatório Sinais Vitais do ICOM (um diagnóstico social participativo que apresenta indicadores de relevância sobre a cidade) indicou que 47% dos adolescentes entre 16 e 17 anos trabalhavam na informalidade e 65% das organizações não cumpriram, em 2015, a cota mínima de contratação exigida pela Lei da Aprendizagem (Lei federal nº. 10.097/00). Foram catalogados 3.159 adolescentes sem a oportunidade de se desenvolver profissionalmente. Como a cidade se destaca como o maior polo tecnológico do Brasil e representa 5,6% da economia do estado de Santa Catarina, com um faturamento de 15,5 bilhões de reais, segundo o Observatório ACATE, o ICOM identificou uma oportunidade de atuação para criar pontes entre as OSCs, o poder público, os jovens e adolescentes e as empresas de tecnologia.

“Ao serem transformadas em força de trabalho, as crianças deixam de ser tratadas como pessoas em condição de desenvolvimento, cujas únicas atividades deveriam ser o estudo e o lazer.  O ICOM, por meio do projeto #DemocratizaTec, tem o propósito de democratizar o setor tecnológico tornando-o uma referência na promoção da equidade social”, afirma Gustavo.

O recurso repassado para o #DemocratizaTec pelo procurador Luciano Arlindo Carlesso é parte do valor de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado por uma empresa junto ao MPT-SC. O procurador comemora a parceria: “O ICOM a nosso pedido apresentou este importante projeto que não somente atende uma das áreas mais sensíveis da atuação do Ministério Público do Trabalho, mas também privilegia adolescentes em situação de vulnerabilidade social, que invariavelmente tem chances reduzidíssimas de se integrar em outros espaços que não aqueles em que vivem. O objetivo é atingir positivamente esse público e oferecer condições e oportunidades de vivência e capacitação que permitam a superação de ciclos de vida repetitivos, especialmente nesta área da tecnologia, que por sua natureza é restrito a quem possui as condições materiais que permitam o acesso".

Fonte: Assessoria de Comunicação MPT-SC

Coordenação: Fátima Reis

Estagiárias: Bruna da Silva Ferreira

                  Laís dos Santos Godinho

 prt12.ascom@mpt.mp.br

(48) 32519913/ 988355654

Publicado em 04/07/2019

 

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