Retrocesso na negociação coletiva de trabalhadores do setor de processamentos de dados de SC
Florianópolis - As mais de 3.500 empresas que empregam cerca de 30 mil trabalhadores responsáveis pelo processamento de dados em Santa Catarina retiraram as propostas de aumento real linear e instituição da jornada de trabalho reduzida em mediação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho.
Os índices de aumento real para a categoria já acertados em negociações prévias (1,64% para 2012/2013, 1% para 2013/2014), bem como a jornada reduzida de trabalho não integram mais a proposta dos empresários. O aumento real de 2% para o período de 2014/2015 propostos pelos trabalhadores, também foi rechaçado.
A decisão tirada em assembleias patronais foi anunciada na quarta-feira (19) na segunda reunião de mediação realizada na sede do Ministério Público do Trabalho, em Florianópolis, com o SINDPD/SC (Sindicato dos Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina), SEINFLO (Sindicato das Empresas de Informática e Processamento de Dados da Região Metropolitana de Florianópolis) e SEPROSC (Sindicato das Empresas em Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina).
Os dirigentes dos sindicatos patronais alegaram crise econômica e expectativa de recessão para 2015 e por conseguinte desemprego, para justificar a revisão dos posicionamentos assumidos no início do mês perante o Procurador do Trabalho Luciano Carlesso.
Oferecem agora apenas o reajuste do INPC de cada ano sem acordo e um aumento real de 0,5% no fechamento das Convenções Coletivas de Trabalho. Com relação ao Banco de horas oferecem compensação 1x1, com limite de acúmulo de 30 horas/mês, com vigência de 12 meses. O sindicato dos trabalhadores reivindicava um limite de 16 horas mensais no banco de horas, vinculado à redução da jornada de trabalho para 40h semanais, a partir de janeiro de 2015.
O Procurador Luciano Carlesso lamentou o retrocesso havido, conforme consenso alcançado pelas partes em negociações prévias e consolidadas nas últimas audiências. Afirmou que “a postura prejudica de maneira importante a continuidade das negociações, através da mediação”. No entanto, acredita que as partes são capazes de superar entraves, de modo a avançar no ajuste, tendo por base as premissas postas no início das discussões.
Uma nova audiência ficou agendada para a semana que vem.
MEDIAÇÃO nº 1084.2014.12.000/8
Fonte: Assessoria de Comunicação Social MPT-SC
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Publicado em 21/11/2014