Mediação do MPT tenta destravar negociação coletiva de trabalhadores do setor de processamentos de dados de SC
Florianópolis - Uma reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina na última quarta-feira (05/11), em Florianópolis, objetiva destravar as negociações entre patrões e empregados do setor de processamento de dados em Santa Catarina. Entrando no terceiro ano sem celebrar convenção coletiva de trabalho, ambos os sindicatos buscaram o MPT para mediar o conflito coletivo. O setor abrange aproximadamente 30 mil trabalhadores responsáveis pelo processamento de dados de cerca de 3.500 empresas em todo o estado, com exceção de Joinville. Neste período houve tão-somente o reajuste do INPC dos salários, limitando o piso de um analista em R$ 1.814,00 e de um processador em R$ 1.468,00.
Foram mais de quatro horas de negociação entre representantes do SINDPD/SC (Sindicato dos Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina), do SEINFLO (Sindicato das Empresas de Informática e Processamento de Dados da Região Metropolitana de Florianópolis) e do SEPROSC (Sindicato das Empresas em Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina) para a aproximação das propostas que serão avaliadas em assembleias patronais e dos obreiros.
Os trabalhadores reivindicam 4,64% de aumento real (1,64% para 2012/2013, 1% para 2013/2014 e 2% para 2014/2015). Serão apreciadas pelos empresários duas alternativas para o pagamento do reajuste. A primeira estabelece 2,64% a partir de agosto de 2013 e 2% a partir de agosto de 2014. A segunda, 5,7% a partir de agosto de 2014, ou seja, sem a retroatividade.
Também será reavaliado o funcionamento do banco de horas. Anseio de parte dos trabalhadores e empresários, o SINDPD/SC propõe um limite de 16 horas mensais, vinculado à redução da jornada de trabalho para 40h semanais, a partir de janeiro de 2015.
Ao final do encontro, o advogado do SINDPD/SC, Roberto Ramos Schmidt, disse que com a intermediação do MPT foi possível evoluir o processo de negociação. Representando o SEINFLO e o SEPROSC, o advogado Rodolfo Ruediger Neto, também saiu satisfeito e acredita que através do diálogo aberto na mediação será possível dar fim ao impasse.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Ronaldo Gariglio B. de Andrade, espera o acordo para evitar uma greve que, segundo ele, teria um impacto negativo em serviços de diversas ordens em empresas públicas e privadas do estado.
Para o Procurador Luciano Arlindo Carlesso, mediador da audiência, os dois sindicatos se mostraram interessados em chegar a um acordo e superar as divergências: “O Ministério Público do Trabalho, atuando como mediador, cumpre sua função constitucional de aproximar as partes e alcançar a pacificação social dos conflitos coletivos. A solicitação da mediação por ambas as partes revela o reconhecimento do papel desempenhado por nossa Instituição na sociedade".
Uma nova audiência mediação ficou agendada para o dia 19/11/2014, às 13h30
MEDIAÇÃO nº 1084.2014.12.000/8
Fonte: Assessoria de Comunicação Social MPT-SC
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Publicado em 06/11/2014